Uma bela manhã de trabalho, estava eu a procurar uma portaria para me ajudar no projeto de implantação da Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD no DETRAN/AL.
Pois bem, eis que a informação que deveria estar ao alcance de um clique, tomou-me a manhã inteira.
Quando finalmente achei o que queria, o que senti foi uma verdadeira frustração. Eu explico.
Afogada no mar do desconhecimento
No DETRAN/AL, já participei de vários projetos que envolviam uma mudança de cultura e a criação de informações: gestão da qualidade, base do conhecimento SEI, Compliance, dentre outros.
Nos vários desafios enfrentados, os principais geralmente envolviam: desconhecimento, escassez de processos e falta de acompanhamento.
E foi aí que o desafio do desconhecimento me pegou em cheio, pois a sensação que eu tinha era de que havia excesso de informação, com baixa disponibilidade e de difícil localização.
Resumindo, por mais que o projeto fosse um sucesso, ele nunca chegava em quem realmente precisava.
Às vezes eu só queria ter a informação à mão, e mais que isso, eu queria que todo colaborador do DETRAN/AL também tivesse, desde o jovem aprendiz até o médico recém-credenciado no interior do estado.
Logo, a pergunta-chave era: como garantir que todo colaborador, novo ou antigo, vai localizar e acessar facilmente as informações necessárias para proteção de dados pessoais previstas na LGPD?
Cheguei a conclusão que se algo não mudasse, dificilmente isso aconteceria.
Foi então que encontrei uma luz no fim do túnel, e ela veio por meio de um curso que fiz na Escola Virtual de Governo!
O curso era Gestão do Conhecimento no Setor Público e a sua descrição me foi extremamente convidativa:
Em um contexto de mudanças e aumento das aposentadorias, a gestão do conhecimento contribui com as organizações públicas na promoção da cultura de aprendizado organizacional, possibilitando a criação, o compartilhamento, a retenção e a integração do conhecimento gerado em prol de resultados melhores nos serviços públicos.
Logo depois…
Quando eu fiz o curso, aquilo me abriu um leque de possibilidades.
Então, fiz o que sempre faço quando descubro algo novo: eu comecei a compartilhar o que aprendi com todo mundo que eu encontrava pelo caminho!
Isso geralmente me ajuda a entender o que acabei de descobrir. Eu faço isso com livros, filmes, cursos, séries, etc. Já criei até um canal por conta desse meu hábito!
Logo, a Gestão do Conhecimento começou a me parecer muito familiar com algo que eu já fazia na vida pessoal.
Então pensei: vou criar um projeto para implantar isso no DETRAN/AL!
Eu poderia elencar diversos benefícios, mas vou citar 3 para você começar:
Inovação
A gestão do conhecimento é um campo fértil para a inovação.
Quando o conhecimento está organizado e de fácil acesso, a mente consegue criar conexões que provavelmente não ocorreriam em meio ao caos.
Lembra do desafio do desconhecimento? O que mais tem é gente reinventando a roda porque não sabia que ela já tinha sido inventada.
Então, por que reinventar a roda se você pode aperfeiçoar a roda?
Faça o que realmente importa
Passei uma manhã inteira procurando uma portaria e eu nem consigo imaginar o que poderia ter realizado se tivesse localizado ela rapidamente.
É cansativo, desgastante, desanimador… É uma sensação de tempo perdido, e tempo é um recurso limitado.
Por isso, eu valorizo muito o meu tempo e busco valorizar o tempo das pessoas com quem convivo.
Se o conhecimento estiver organizado ao alcance de um clique, você com certeza terá mais tempo para fazer o que realmente importa.
Espírito colaborativo
Eu amo conversar, mas o que gosto mesmo é de ouvir.
Agora imagine quanto conhecimento foi embora com os nossos colegas de trabalho que já se aposentaram, que foram transferidos, ou que simplesmente não estão mais conosco.
Quem teve o privilégio de conviver com eles, pôde beber da fonte do conhecimento, mas… E quem não teve acesso a eles? Talvez esteja de novo reinventando a roda.
Eu amo ouvir, porque a minha mente fervilha quando ouço a pessoa compartilhando comigo sua visão de mundo… E isso é transformador!
Um espírito colaborativo pode brotar muito mais forte com a Gestão do Conhecimento, pois é colaborador falando para colaborador.
Primeiros passos
Depois disso tudo, você pode estar se perguntando: “Tá Lígia, mas como eu posso participar desse movimento?”.
Só o fato de você ter chegado até aqui, você já está no caminho.
Compartilhe! Você sempre pode ensinar algo a alguém, como também pode aprender: seja um novo colaborador, uma nova ideia ou um novo jeito de fazer!
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”
(Cora Coralina)
Para você compreender melhor o contexto, segundo o Tribunal de Contas da União ‒ TCU, a Norma ISO 30401:2018 apresenta alguns princípios que balizam a Gestão do Conhecimento, dentre eles:
- Natureza: o conhecimento é intangível, complexo e criado por pessoas
- Compreensão compartilhada: para alcançar o entendimento coletivo, o gerenciamento do conhecimento deve incluir interações entre pessoas
- Cultura: a cultura organizacional é fundamental para a efetividade da gestão do conhecimento. A educação e a comunicação são alicerces fundamentais para o fomento da cultura
- Iterativo: gestão do conhecimento deve ocorrer em fases, incorporando ciclos de aprendizagem e retroalimentação
- Adaptativo: não há uma solução de gerenciamento de conhecimento que se ajuste em todas as organizações, em todos os contextos. Elas podem desenvolver sua própria abordagem e como implementar esses esforços, com base nas respectivas necessidades e contexto
Estamos na busca por garantir estes e outros princípios, onde seremos apenas instrumentos para que o conhecimento chegue até você de forma simples, fácil e atualizada.
Te vejo em breve por aqui, aproveite!
Imagem de capa: https://storyset.com/illustration/knowledge/cuate
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